UMA LIÇÃO DE VIDA E DE AMOR A DANÇA!

Por volta do mês de Junho de 2012, nos vimos radiantes com o exemplo de SUPERAÇÃO E AMOR à Dança especialmente a dança Quadrilha , através do dançarino Daniel Soares, então brincante da Quadrilha Dona Matuta do Estado de Pernambuco. Eu estava lá na estreia desse grupo e na estreia dele no próprio grupo. E bastou estrear, pra tornar-se o assunto no FACEBOOK, fotos compartilhadas, centenas de comentários.... Já haviam falado sobre ele, mas é impressionante a força dele, ouvi muitos comentários na arquibancada... Contudo o que me chamou a atenção foi esse vídeo que assisti, onde percebemos o esforço dele e  toda a atenção e  humildade que   a experiente quadrilheira Elisabeth Marques, parceira de Daniel, demonstram. Após vê-los e assistir o vídeo eu quis elaborar uma matéria sobre eles e então aqui estamos e vamos compartilhar toda a entrevista que fiz com o casal junino.

ELISABETH MARQUES (BETH) – QUADRILHEIRA À 16 ANOS, SENDO DE 1997 À 2008 NA JUNINA LUMIAR – PE, E DE 2009 À 2012 NA QUADRILHA DONA MATUTA.

DANIEL SOARES – DANÇARINO POPULAR A CERCA DE 5 ANOS E INDO PARA O SEU TERCEIRO ANO COMO QUADRILHEIRO , SENDO 2011 JUNINA ZABUMBA -PE E 2012 E 2013 QUADRILHA DONA MATUTA -  PE. A “DEFICIÊNCIA DE DANIEL NÃO É DE NASCENCIA E SIM, DEVIDO A UM ACIDENTE DE BICICLETA QUANDO ELE TINHA 9 ANOS DE IDADE. FATO ESSE QUE NÃO O IMPEDIU DE SONHAR, QUERER E CONSEGUIR.

Daniel não conhecia Beth pessoalmente, contudo ” a admirava muito pelos vídeos de apresentações dos anos anteriores”  e “assim que entrei na Matuta umas das primeiras pessoas que conheci foi Beth e gostei muito dela”. E quando Beth surgiu pra dançar com ele, ele falou:” fiquei muito honrado por ela dançar comigo, e ainda mais por ela ser uma pessoa tão legal!”

 

Beth, obviamente também não conhecia Daniel, mas já tinha o visto dançar uma vez na Junina Zabumba e o admirava pela força de vontade. “Estava decidida a não mais dançar”, daí começou a frequentar os ensaios da Dona Matuta e a tal força de vontade de Daniel chamava bastante sua atenção.” A forma como ele executa os movimentos com perfeição”. E então  se conheceram e a admiração só cresceu. Contudo o tempo foi passando, a quadrilha se firmando e Daniel continuava sem parceira e todos começaram a convida-la para dançar e diante do amor pela dança e pela a quadrilha, a beleza do espetáculo 2012, Beth ficou balançada a dançar e falou:” se eu dançar, dançarei com Daniel!”  Surgiu sim uma dama pra Daniel, mas não se encaixou... E foi aí que a “experiência” de Beth falou mais alto, afinal para ser dama de um ser humano tão especial é preciso ter domínio daquilo que se faz, e ninguém melhor naquele momento do que Elizabeth Marques para entrar à 15 dias da estreia e ser a PARCEIRA do querido Daniel.

O PRIMEIRO ENSAIO JUNTOS:

C. JUNINAS: Como foi o primeiro ensaio de vocês?

BETH: Para mim foi um pouco complicado, pois não vou negar que fiquei com   um pouco de medo de esbarrar nele, fiquei meio que sem saber o que fazer na realidade...Mas Daniel até nisso é especial! Ele foi me guiando, me orientado para onde eu tinha que ir...um belíssimo CAVALHEIRO que guia sua dama, que toma ela pra si e assim foi fluindo.

DANIEL: Quando ela começou a ensaiar comigo, eu pensei que ela ia ficar com dúvidas, em relação aos movimentos, porém foi muito diferente...Foi bem prático, foi muito bom e a adaptação foi rápida.

A ESTREIA... ( dia 07 de Junho de 2012):

C. JUNINAS: Na estreia, onde a emoção é forte para todos, o que você sentiu vivendo essa nova experiência vendo tão de perto o esforço dele?

BETH: Eu estava muito tensa devido a uns contratemos que aconteceram comigo até poucos minutos antes de entrarmos no arraial, então acho que ele me vendo nervosa também ficou. Antes de entrar, já estávamos preparados ele me olhou e disse “Tô com medo Beth”, e eu olhei pra ele e disse” se acalma que vai dar tudo certo e a gente  vai fechar aí dentro”, nos abraçamos e entramos. Daí tava tudo indo bem, eu olhava pra ele e não conseguia ficar cansada. Mesmo quando ele começou a passar mal, eu não conseguia ser dominada pelo o cansaço dos dias anteriores, pois vendo a garra e a energia que ele tava passando, eu passei por cima de tudo também.

C. JUNINAS: Você passou mal na estreia, o que aconteceu? O que você sentiu?

DANIEL: Eu sentia muito nervosismo. Estava apreensivo e acho que esse fato contribuiu pra o mal estar... sentia falta de ar, vomitei...

C. JUNINAS: Você concorda que a experiência de sua dama, nesse ponto, te ajudou a segurar as pontas até o final?

DANIEL: Também. Eu cheguei a um ponto que quase não conseguia mais dançar e Beth quis que eu saísse. Mas eu quis ficar, pois passei por tantos ensaios e ela também...passei noites sem dormir e na estreia sair por estar passando mal? Segui e fui tentando ir até o fim do espetáculo dançando, me esforcei e muito, e ao término de fato já não tinha mais forças, minha pressão baixou e desmaiei.

C. JUNINAS: Nossa quanta dedicação hein?! Mas nos fale, o que te leva a dançar Quadrilha Junina e o que te levou a Dona Matuta?

DANIEL: O que me leva a dançar quadrilha é toda garra, a vontade e          esforço dos componentes...isso me faz bem e estar perto desse mundo junino é bom. O que me levou a dançar na Matuta foi que na época eu namorava uma pessoa de lá, e essa pessoa me levou pra assistir o ensaio e gostei muito da energia da galera e fiquei. A galera da Zabumba não acreditava que eu iria sair de lá, ficavam me chamando, mas eu já tinha dado minha palavra a Dona Matuta e não sai mais de lá.

C. JUNINAS: Beth, você tem um grande histórico junino, dançou vários anos na Junina Lumiar, no auge da mesma, em seguida passou a integrar a Dona Matuta grupo que atualmente chama total atenção pra ela, e nesse grupo de uma certa forma você também se consagrou sendo por 2 anos a Maria Bonita, e o sendo como uma das melhores e tendo ao seu lado um dos melhores dançarinos de Pernambuco o Isaac Souza. Portanto te considero uma das Grandes ESTRELAS JUNINAS da atualidade, e te pergunto: Esse ano em nenhum momento você pensou: “eu? Eu dançar com esse rapaz?”

BETH: NUNCAAA...Todas as vezes que pensava em dançar sempre eu falava que só dançaria se fosse com Daniel. Podem até achar que é muita modéstia minha, mais nunca me achei uma “estrela”, sempre dancei por amor a dança e a quadrilha independente de qualquer coisa. Teve até algumas pessoas tirando onda comigo, falando que eu tava pegando uma babinha com ele....Mas como não ligo pra coisas negativas, não vai ser agora que eu iria dar ouvidos né?

                                            CONCLUINDO:

C. JUNINAS: Para concluirmos, peço que deixem uma mensagem pra quem se sente “limitado” a dançar e também aos portadores de deficiência.

DANIEL SOARES: Nós temos que nos descobrir, passar e superar as barreiras, derrubá-las , pois a vida está aí para nos proporcionar muitas felicidade.

 BETH: Falo do que tenho aprendido vendo e acompanhando ele como meu cavalheiro. Acho que as pessoas é que se dão limites e por qualquer motivo desiste de algo. Outras até por preconceito mesmo....Então o que digo é que qualquer, mais qualquer coisa que nos aconteça não nos limita a nada, e que se Deus nos permite estarmos vivos, independente do que nos aconteceu, a gente tem que abrir o coração e deixar que o amor por Deus e pela a vida fale mais alto do que qualquer preconceito ou medo. Por fim termino falando que aprendi muito com Daniel e falo que ele é sinônimo de AMOR PELA VIDA!

         Essa é nossa primeira "Matéria Especial" de 2013! Penso que precisamos iniciar APRENDENDO  com o exemplo desse casal, pra sabermos de fato, o que faz um dançarino de quadrilha tornar-se UMA ESTRELA JUNINA.

          Daniel e Beth, nós só temos a agradecer a vocês, pela história e também pela a entrevista concebida ao Blog Coisas Juninas. 

Nosso carinhoso MUITO OBRIGADO!

Márcia Martins e Dinho Bocão.