domingo, 20 de maio de 2012

AS MINHAS SAUDADES JUNINAS.

Saudades do meu EU...


Hoje, amanheci saudosa. Saudades do dançar, do vibrar, do balançar da minha saia. Saia que de um modo bem particular, era meu terceiro amor num arraiá. Dentro do arraiá, meu amor Dinho, sempre foi e é e será o primeiro, meu parceiro, que sentia o meu curtir, que vibrava ao ver a minha "emoçao verdade" e falava: "detona Mama!" E eu o olhava e respondia com mais sorrisos ou vibrar. Meu segundo amor, o cantar. Repertório que me conduzia em forma de arrepios, de lágrimas inclusive e eu parecia viver esse cantar, se assim não fosse, não gostava da apresentação. E meu terceiro amor A MINHA SAIA. TANTO CARINHO, BUSCANDO A MANEIRA MAIS BELA DE BALANÇA-LA. Lembro-me dos dias de prova de um figurino novo. Aff eu rodava, girava dançava, parecia criança ganhando brinquedo. Ao dançar, era um namoro constante eu e minha saia, eu e esse todo fantástico, chamado QUADRILHA JUNINA. Ontem me deu uma SAUDADE ENORME olhando alguns ensaios, especificamente aquelas onde meu nome esta escrito em suas histórias e virse-versa, Fazenda Lampião e Junina Sanfona Branca. Lembrei-me hoje dos velhos tempos. Dos tempos em que éramos uma só. Falo das pessoas nesse momento. Quantas farras lá na casa de Seu Pedro? Quantos galetos a gente comia durante as "limpezas" da Federação, para ao anoitecer ensaiarmos? Saudades do meu íntimo, Saudades que ainda me levam a chorar, chorar pelas pequenas coisas que nos separaram. Saudades de dançar o que mais gosto, de dançar o MEU EU. É triste quando as coisas mudam e também as pessoas. Muito quis as mudanças num grupo, muito quis que algumas pessoas mudassem, que os concursos mudassem... E HOJE QUERIA QUE TUDO, EXATAMENTE TUDO, FOSSE COMO ANTIGAMENTE!
Queria reviver as lágrimas causadas pelas inúmeras fogueiras nas ruas do meu bairro; Queria reviver os olhares cheios de expectativas, dos vizinhos

não dançantes das quadrilhas, quando era dia de estrear o figurino novo... lembro-me como se fosse hoje, todos saiam de suas casas pra nos ver passando. Eu particularmente, alguns vizinhos me pediam " Márcia, quando você estiver pronta, vai lá em casa que eu quero ver a roupa nova."...Era assim,



e eu tinha de explicar cada figurino temático... Hoje em meu segundo ano sem dançar quadrilha,  me restam as lembranças, as descordâncias também é verdade! As vezes penso ter superado, mas em certos dias como o de ontem, a SAUDADE BATE FORTE, MUITO MAIS FORTE. Quis tanto entrar nas duas e dançar, e mostrar a algumas pessoas que vivem " o quadrilhar" como coisa que não precisa se impor. Não me considero uma das melhores dançarinas do meio, porém não troco "O MEU SENTIR JUNINO" pelo de nenhuma dessas grandes estrelas que existem por aí. Enfim, VIVAM, SINTAM SUA ARTE. SINTAM A BATIDA DA SUA QUADRILHA, VALORIZEM A HISTÓRIA CONSTRUIDA COM SUOR E RAÇA QUE SEU GRUPO TEM, MINHA GENTE, E SÓ ASSIM VOCÊS ESTARÃO DANDO VIVA A SÃO JOÃO.

Abraços Juninos de UMA ETERNA AMANTE DO SÃO JOÃO,

                                    


                                                                    Márcia Martins.

8 comentários:

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  2. Eita que escrevo agora com lágrimas nos olhos , pois compartilho contigo dessa emoção, só quem de fato dança por amor consegue entender o que vc diz.É bem diferente se entregar a algo em que vc confia pq aquilo te completa, te acrescenta, te realiza.
    Como vc bem fez alusão o passado infelizmente não volta atrás, fica dele apenas as lembranças pois eramos felizes e o melhor é que sabíamos, por isso tamanha emoção! Muita coisa hj mudou inclusive o amor que as pessoas dizem ter em dançar quadrilha, mas no entanto a entendem como um lugar de promoção pessoal e como dizem "FEXAÇÃO", quero ver é amar, pesquisando, aceitando críticas que podem somar ao seu trabalho, quero ver é amar dançando com os pés, mãos, mas, sobretudo como o coração!
    Estamos "ausentes", Márcia, das quadrilhas, mas não do seu sentido que ao nosso ver ainda é uma forma de se produzir conhecimentos e estes responsáveis também em nos fazer pessoas melhores.As quadrilhas juninas nunca morrem para aqueles que a mantem sempre viva em sua memória e sobretudo em seu coração!

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  3. Não tenho o mesmo tempo de você em quadrilhas, muito menos o desapego, no bom sentido, de deixar esse mundo sem uma dor enorme no coração,mas se tem uma coisa que eu aprendi é que o hoje pode ser muito melhor que o ontem.
    Minhas amizades construi em quadrilhas, não sei o que vou fazer ano que vem, tudo o que eu sou depende disso, terei que parar se eu quiser avançar na minha vida, mas compartilho com você o mesmo sentimento de saudosismo em relação ao que é e ao que era.
    Infelizmente o mundo muda o tempo todo, a cada segundo de nossas vidas temos a nítida impressão de que hoje é pior que o ontem, sendo que nem sempre é assim.
    A única coisa que eu tenho a oferecer aos meus é aquilo que eu aprendi em meus anos de quadrilha, como essas música de Alcimar que retrata muito bem o sentimento de nós todos que ainda temos uma certa nostalgia dos tempos idos.

    Coração bate sem jeito

    Alcimar Monteiro

    "Tem um amor que a gente se entrega inteiro,
    Pensando que é puro e verdadeiro,
    Depois fica só e não sabe explicar
    Tem uma dor incontida que fica escondida em
    Qualquer esquina esperando o momento,
    Esperando somente esse amor acabar

    Coração bate sem jeito, pois não tem a quem amar
    Coração bate sem jeito, parece até que vai parar."

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  4. Primeiro quero agradecer a Victor e também a Marquinhos, por deixarem aqui seus comentários e de uma certa forma, o sentir de vocês.
    Concordo muito com ambos, de fato é como você retrata Victor, se tornou mais FEXAÇÃO do que CORAÇÃO. Já sobre suas colocações Marquinhos, o adorei a música que você citou e sobre " o hoje pode ser melhor que o ontem"...digo que pode sim, basta querermos. O problema é encontrar quem queira fazer melhor num aspecto dov erdadeiro sentido do São João. Hoje ninguém tem a audácia de colocar uma quadrilha no mundo sem um tema a ser desenvolvido. Poxa falo disso: SÃO JOÃO É DANÇAR ARRASTA PÉ COM INTUITO DE VIVER A DANÇA QUADRILHA E O FESTEJO JUNINO. Entende? No mais massa demais tua participação, massa demais vocês exporrem esse sentimento que vem de dentro sabe...Fico feliz porque assim, percebo que ainda existem pessoas como um sentimento parecido com o meu. VIVA A SÃO JOÃO.

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  5. Me surpreendo a cada publicação feita pela Márcia. A mesma transmite em palavras, emoções já vivenciadas. Quem a conhece, sabe que a Márcia vivencia cultura em todos os dias do ano, e isso me faz admira-la cada vez mais. Sou fã mais e mais a cada leitura feita. Parabéns!!!

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  6. É com lágrimas nos olhos que termino de ler suas ricas, verdadeiras e emocionantes palavras e inicio um breve comentário sobre sua ou quiçá nossa história junina em Quadrilhas. É em você Márcia Martins que via realmente o verdadeiro sentido junino em brincar(dançar) Quadrilha Junina.. as emoções, dedicações e como você bem disse as vibrações a cada apresentção, era lindo de se ver, o casal mais introsado que já vi nestes São Joões!! E digo-te Estão fazendo tanta falta... Afinal, tantos se espelhavam, tantos desejavam estar com vocês, enfim, a tantos emocionavam mesmo. Aos meus olhos: Márcia & Dinho, MEU ETERNO CASAL JUNINO!! (completamenteemocionadasuapoetaperfeita)

    Karoline Carvalho

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  7. Como falei, vc tbém me fez chorar Karol...Eu nunca soube que achava isso da gente, e muito menos que junto a Rosa Show fui uma de suas inspirações. OBRIGADO PELAS BELAS PALAVRAS. TEA DOROOOOOOOOO E JÁ SABE NÉ? VOCÊ E JÚNIOR O CASAL FOLCLORE DO MEU AGRADO.

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